Descrição
Papyrus from the Tomb of the Living Truth (Papiro da Tumba da Verdade Viva)
Além do pecado, existe aquilo que nos faz sucumbir.
Ao nos afastarmos da essência, ao nos distanciarmos do primoroso, ao nos desviar daquele que reflete, somos atraídos inevitavelmente pela escuridão.
A escuridão nos aguarda e seduz, pois lá, no lugar mais frio, residem as propostas do engano que cega o entendimento.
Mas estes são os passos ao abismo.
Há agentes perniciosos que degradam até mesmo aqueles envoltos na glória eterna, se estes não permanecerem firmes e em prontidão, armados contra os enganos, as ciladas e os ataques.
Os cães, quando não conseguem seduzir e enganar, atacam e destroem.
Até os guerreiros de luz são fabricados e se infiltram nas arestas encontradas no solapar de pálpebras daqueles que guardam e zelam pela verdade.
A corrupção se esgueira com um líquido escuro, fúnebre, de um morto podre nas entranhas do coração e faz morada que germina e consome a essência da virtude, transformando a hospedagem no bordel de sacrilégios no íntimo, que não é outra transfiguração senão brotar podridão que aflora em frutos da devassidão, contemplados e devorados pelos homens envoltos, e assim o habitat da mazela é concebido.
A luz concreta e certa permanece intocável, à espera do retorno da faísca desprendida que se perdeu nas mazelas, nos escombros da confusão arquitetada por senhores do engodo. Camadas de destroços e mentiras mergulham a verdade em um baú a sete palmos debaixo do engano e colocam na porta da prisão guardiões selados com o poder essencial do lodo pecaminoso.
Quem adentrará o vale das sombras da morte e caminhará em retidão para tomar a verdade das entranhas do engano? Quem enfrentará os diabretes e cães raivosos ou ousará enfrentar os guardiões, e se por ventura arriscar, adentrando a câmara onde jaz a verdade enterrada, quem negociará com o próprio mal transmutado?
Há alguém digno o bastante para caminhar sobre os escombros da confusão, desatar os diabos na terra da sombra? E quando passares pelos diabos, poderás enfrentar os guardiões espelhados e, olhando profundamente e sinceramente, fazendo-os sucumbir perante a glória refletida dos seus atos já testemunhados em vida?
Quem, oh, quem habita as catacumbas do pecado poderá emergir diante do mal?
Quem, oh, quem alimenta-se das migalhas da corrupção diuturnamente poderá ascender à cripta da verdade para resgatá-la?
Quem, oh, quem tendo suas mãos escorridas pelo suor das lágrimas dos inocentes, poderá tocar o baú da resplandecência e encarar o mal absoluto?
Vencendo os guardiões, quando adentrar a tumba da verdade viva, encontrarás a verdade soterrada. Poderás desafiar a essência do mal e desenterrar a preciosidade e, em posse dela, poderás pô-la no altar para que o germe das sombras seja extirpado perante a glória retumbante da verdade?
Portanto, aquele que se levanta contra as trevas deve primeiro se purificar, para que, ao resgatar a verdade, não seja consumido pela essência do seu coração. Se ao sair pela porta decidido pela jornada esteja pronto para desafiar as hordas, e não estando em retidão ao enfrentá-las, não será somente um derrotado, mas se tornará parte da horda, em simbiose com a impureza não sarada, não redimida pelo sangue da própria verdade encarnada.
Paladin🎖
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