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Ministra erra Novamente!? Efeitos ligados a Morte Súbita são ignorados

A Ministra da Saúde do Brasil declarou recentemente que não há fundamento na correlação entre morte súbita e a vacina contra o COVID-19. No entanto, ao examinarmos estudos e dados emergentes, torna-se evidente a necessidade de uma análise mais aprofundada dos riscos, especialmente aqueles relacionados a efeitos colaterais que desencadeiam eventos graves como morte súbita. Analisando notícias, documentos e estudos científicos, é possível afirmar que a vacina contra o COVID-19 está ligada ao aumento de morte súbita no mundo? Vamos analisar esses estudos e fazer um contraponto crítico à declaração da Ministra da Saúde no Brasil. Vamos lá:



Essa correlação entre morte súbita e vacina de COVID não tem nenhum fundamento, Não há nenhuma hipótese científica a ser comprovada. Portanto, eu não tenho nem elementos para responder uma questão como esta, porque ela é FALSA por princípio. NÃO é possível estabelecer este tipo de relação!
Nísia Trindade – Ministra da Saúde

DADO 1: PARECER DA EMA

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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está investigando eventos tromboembólicos relacionados à vacina AstraZeneca. A pandemia de COVID-19 é uma crise global, e a EMA destaca que, embora a investigação esteja em andamento, ela continua a considerar que os benefícios da vacina AstraZeneca em prevenir a COVID-19 superam os riscos de efeitos colaterais.

Fonte: EMA

DADO 2: ESTUDO CIENTÍFICO

Um estudo de revisão de literatura aborda a relação entre coágulos sanguíneos e vacinas COVID-19. Especificamente, as vacinas de vetor de adenovírus (AstraZeneca, Janssen, Sputnik V) parecem estar associadas ao desenvolvimento de trombocitopenia trombótica induzida por vacina. O estudo ressalta que a conexão exata e os desencadeadores do sistema imunológico para causar esse fenômeno ainda não são totalmente compreendidos.

Fonte: PubMed Central

DADO 3: DOCUMENTO DO CDC:

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA apresenta uma atualização sobre a segurança da vacina COVID-19. Vários análises são conduzidas sobre acidentes vasculares isquêmicos após a vacinação, destacando a importância de monitorar a segurança da vacina.

Fonte: CDC

DADO 4: Aumento do Risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Idosos

Uma nova pesquisa indica que as vacinas contra a COVID-19 e a gripe podem aumentar ligeiramente o risco de AVC causado por coágulos sanguíneos no cérebro de idosos, especialmente quando administradas simultaneamente. Esse sinal de alerta de segurança foi identificado por especialistas da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), que analisaram dados de reivindicações do Medicare.

Este é o segundo estudo a encontrar um risco elevado de AVC em idosos após a administração conjunta das vacinas contra COVID-19 e gripe. O Centro de Controle de Doenças (CDC) e a FDA dos EUA emitiram uma comunicação pública em janeiro, explicando que um de seus estudos de monitoramento de segurança de vacinas em tempo quase real detectou um pequeno e incerto risco de AVC em idosos que receberam uma dose da vacina bivalente COVID-19 da Pfizer e uma vacina contra a gripe de alta dose ou adjuvante no mesmo dia.

Fonte: CNN

DADO 5: Reações Simultâneas a Booster de mRNA COVID-19 e Vacina da Gripe

Uma pesquisa de coorte, baseada em dados autodeclarados de 981.099 pessoas com 12 anos ou mais, examinou a reatogenicidade da administração simultânea de uma dose de reforço de mRNA COVID-19 e uma vacina contra a gripe sazonal. Os resultados indicaram um aumento significativo de 8% a 11% nas reações sistêmicas quando comparadas com a administração exclusiva do reforço de mRNA COVID-19.

Esses achados sugerem que a administração simultânea dessas vacinas pode estar associada a uma maior probabilidade de reações sistêmicas, levantando preocupações adicionais sobre a segurança da administração combinada de diferentes vacinas.

Fonte: JAMA Network Open


A declaração da Ministra da Saúde do Brasil, negando qualquer fundamento na correlação entre morte súbita e vacinação contra o COVID-19, parece desconsiderar os estudos recentes que apontam para riscos potenciais associados à vacinação, especialmente em grupos específicos, como idosos.

É crucial destacar que a comunidade científica está em constante avaliação dos dados disponíveis, ajustando recomendações e alertando sobre possíveis riscos. As agências reguladoras, como a FDA e o CDC nos EUA, estão atentas a sinais de alerta de segurança e realizam investigações aprofundadas.

A declaração da Ministra, ao negar a possibilidade de estabelecer qualquer relação entre eventos adversos graves e a vacinação, pode ser considerada, portanto, como um desserviço à saúde pública. Em um contexto em que a transparência e a comunicação aberta são essenciais, é imperativo que as autoridades reconheçam e abordem os riscos potenciais, mesmo que estes sejam identificados em uma minoria da população.


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