Pugnācŭlum

Isto Não Aconteceu. Mas Você Vai Acreditar Que Sim.

Vivemos uma era em que a realidade, tal como a conhecíamos, está se desfazendo silenciosamente. Não com o estrondo de um colapso, mas com o zumbido de servidores, o clique de prompts e a fluidez imperceptível de algoritmos que, pouco a pouco, começam a reconstruir o mundo em outra lógica, a lógica do simulacro.



A chegada do VEO 3, a nova inteligência artificial da Google capaz de gerar vídeos hiper-realistas a partir de descrições textuais, não é apenas uma inovação tecnológica. É um marco existencial. A fronteira entre o que é capturado e o que é criado desaparece diante dos nossos olhos, e isso não é um exagero poético. É literal.

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Estamos entrando em um novo paradigma onde a realidade não é mais um dado fixo, mas um fluxo plástico, maleável, programável. Aquilo que antes exigia a colisão do corpo com o mundo, a experiência direta, o testemunho sensorial, agora pode ser emulado, montado e transmitido como verdade. A IA não apenas imita o real: ela o supera, em clareza, em emoção, em narrativa. Não estamos substituindo a realidade, estamos superando suas limitações, ao custo de sua solidez.

Uma Linha Cruzada

O VEO 3 é apenas um símbolo. O real colapsa em múltiplas frentes:

Diante disso, a pergunta não é mais se chegamos ao limiar entre real e irreal.

A pergunta é: já passamos por ele… e nem percebemos?



A Crise Invisível

A maioria ainda não viu. Porque o colapso da realidade não se dá em um evento. Ele é gradual, imperceptível, e por isso mesmo mais perigoso. Quando tudo pode ser simulado, o que resta de confiável? A visão? O tato? O afeto? Até o amor, a memória, a identidade, tudo já está na mira da síntese algorítmica.

Daqui a um ano, será possível criar vídeos com rostos reais, vozes reais, expressões emocionais autênticas, ambientes perfeitos. A pergunta muda de tom: como vamos saber o que é real? Vamos querer saber? Ou a ilusão será mais confortável que a dúvida?

Como se resolve?

Não se resolve. Se transforma.

Podemos tentar mitigar:

Mas nada disso devolverá a ingenuidade da realidade anterior. Assim como nunca mais vivemos no mundo pré-internet, também nunca mais viveremos em um mundo onde “real” e “falso” sejam fáceis de distinguir.



E agora?

Entramos em um novo regime de existência: o da realidade disputada. Em que o que vale como real não é o que aconteceu, mas o que convence. A imagem verdadeira será menos importante que a imagem eficaz.

O real não vai desaparecer. Mas vai se tornar uma negociação contínua, uma batalha de versões, uma arena simbólica, mais do que uma âncora segura. E isso exige algo de nós que não está em chips nem em códigos: maturidade existencial. Coragem para viver em um mundo onde a dúvida é permanente. E responsabilidade para não ser cúmplice da mentira fácil.


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