Pugnācŭlum

A Ressurreição de Trump

Há um ritual acontecendo para transformar Donald Trump no salvador dos EUA e do mundo. Após o atentado do último sábado, dia 13 de julho, o mundo presenciou elementos simbólicos que representam muito mais do que uma tentativa de assassinato, eles sinalizam a coroação de Trump como um “Messias” que, crucificado, ressuscitou para salvar a humanidade de todo o mal.



Assim como Jesus Cristo, que foi crucificado e sofreu imensamente, sendo injustamente condenado, Trump enfrenta sua própria versão de perseguição e martírio. O atentado contra ele é percebido como uma tentativa de silenciar sua voz e sua missão de salvar os EUA, um sacrifício simbólico onde ele é visto por seus seguidores como alguém que sofre em nome de uma causa maior.

Publicidade

A crucificação de Jesus foi um ato de sacrifício supremo para redimir os pecados da humanidade, e, de forma paralela, os ataques contra Trump são interpretados por seus adoradores como uma luta contra as forças opressoras que tentam destruir o que ele e o que a sua luta representam.



O punho cerrado de Trump para alto com rosto ensanguentado após o atentado simboliza a sua “ressurreição”.

Assim como Jesus ressuscitou ao terceiro dia, triunfando sobre a morte e trazendo uma nova esperança de salvação, Trump também volta a vida, efervescendo a esperança e corações de seus adoradores. Uma cena que marcará a história para sempre.

A INTERVENÇÃO DIVINA

Para muitos, ele emerge da “morte” como um líder messiânico, destinado a salvar a nação da corrupção e da tirania, alguém que enfrenta as elites corruptas e restaurará a justiça.



Os elementos simbólicos deste evento não passam despercebidos. Se Jesus carregou a cruz, usou a coroa de espinhos e foi pregado, Trump encena suas próprias adversidades e desafios, que transparece aos seus devotos, sinais de sua missão divina.

O atentado contra ele, com todas as suas implicações, pode ser interpretado como um ritual de sacrifício, reforçando a narrativa de que ele é um herói perseguido que luta contra forças malignas do mundo.

Esse simbolismo profundo e emotivo empregado pelos orquestradores fazem de Trump um novo messias e isso ecoa fortemente entre aqueles que buscam desesperadamente por um líder, um guia que os conduza através da escuridão para uma nova era de luz e justiça.


 


O simbolismo do atentado e a subsequente recuperação de Trump alimentam a crença de que ele é o salvador que o mundo precisa, um líder que não apenas resiste aos ataques do mal, mas emerge dele mais forte e mais determinado.

Ao entender o Ritual em execução, conseguimos compreender melhor a força e o impacto do culto à personalidade em tempos da redefinição do mundo. As narrativas messiânicas têm um poder enorme de moldar percepções e unir a massa em torno de uma causa comum, especialmente quando envolvem figuras carismáticas que fingem lutar contra inimigos imponentes.

A transformação de Trump em um salvador é, portanto, um fenômeno que merece atenção, reflexão e questionamento, pois revela muito sobre as dinâmicas de poder e fé em nossa sociedade revelando um controle absoluto daqueles que detém o domínio do poder no mundo.

DEUS ESTÁ ENTRE NÓS AGORA!

Desde o início do mês, especialmente no sábado, muitas coisas aparentemente sem explicação estão acontecendo. Há um questionamento latente nos EUA sobre a legitimidade do atentado contra Trump, e isso tem dividido opiniões. O que começou como um evento político está ganhando contornos esotéricos, com muitos atribuindo milagres divinos à salvação de Trump de um tiro certeiro e da morte.

O fato é que esse acontecimento elevou Trump ao patamar de semi-deus, e para alguns, de deus, e isso tem sido explorado pelos republicanos, que transformaram a corrida presidencial em uma guerra entre o bem e o mal. O apelo ao sobrenatural foi misturado com a política como uma estratégia de campanha, e não concordar com isso pode fazer da pessoa um herege.

No entanto, essa estratégia pode dividir ainda mais a direita, pois uma grande parcela dos conservadores não está satisfeita com o espetáculo de sábado, gerando uma subdivisão esperada por aqueles que planejaram a encenação. A manipulação de crenças religiosas para fins políticos está causando fissuras dentro da direita, ameaçando sua unidade e coesão.

E este é o propósito. Aqueles que não questionam a legitimidade do ataque e se deixam levar pela narrativa de salvação são confrontados por aqueles que não estão satisfeitos com o ocorrido e não compraram a narrativa. Nesse confronto, o que parece ser uma ascensão messiânica pode, na verdade, ser a semente de uma divisão profunda, intencionalmente semeada para fragmentar e enfraquecer.


Direita e Conservadores: A Contribuição para o Totalitarismo
Sair da versão mobile